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Autocontrole e foco em objetivos ajuda a lidar com emoções destrutivas

14 sexta-feira out 2016

Posted by Alcoólico em paz in AA, Al-anon e Alateen, Ciência, Cotidiano, Experiências pessoais

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Já de início deixo claro que esse “autocontrole” do título nada tem a ver com a autossuficiência, perigo muito bem lembrado no Terceiro Passo de Alcoólicos Anônimos (A.A.) e bem explicado por Bill W. quando escreve em “Os Doze Passos e As Doze Tradições”: “nada poderá ser feito com apenas a sua coragem e a sua vontade desassistida”. É bom que saibam, igualmente, que não sou profissional em saúde mental, mas apenas um alcoólico que na busca diária pela recuperação lê sobre o assunto, conversa com companheiros, faz análise, pensa um pouco e gosta de escrever. É dessa forma que eu melhoro minha recuperação e acho que ajudo outros iguais a levarem uma vida melhor.

Bem, vamos ao que interessa. Em um post anterior (Autoconsciência: saber como você se sente e por quê), percebi a importância do foco interno, do olhar para si mesmo, para a busca contínua pelo conhecimento de nossos sentimento e emoções. E essa (mesmo que tênue) autoconsciência nos permite que tenhamos uma cera capacidade de controle sobre nossas escolhas. Sim, porque mesmo que demos com segurança o Primeiro Passo de A.A., admitindo a perda do controle sobre nossas vidas, ainda seremos nós quem teremos que tomar as decisões. Mesmo que viemos a acreditar em um Poder Superior (PS) e entreguemos nossa vida e nossa vontade em Suas mãos (2º e 3º Passos), na hora de tomarmos uma atitude, somos nós quem devemos decidir. E isso parece estar bem claro no Décimo Primeiro Passo, no qual rogamos ao PS apenas o conhecimento de sua vontade e forças para realizá-la.

E uma habilidade interessante de desenvolvermos é a capacidade de mantermos nossa atenção em nossas metas (se não as têm, recorra ao seu padrinho/madrinha e estabeleça algumas). No meu caso é bem difícil vagar pelos dias sem rumo para o qual devo firmar meu leme. Sempre precisei de um padrinho, embora seja somente agora, após quase 20 anos de desgaste, que consegui encontrar um. Bom… essa capacidade de mantermos osso olhar em objetivos claros é chamada de controle cognitivo. Cognição é o processo mental de percepção, na prática, nosso raciocínio. Sim, já li alguns artigos e há muita dissertação de mestrado e tese de doutorado, etc. falando do processo cognitivo, do raciocínio, da lógica particular tanto de alcoólicos quanto de dependentes químicos de outras drogas. Mas o que quero frisar aqui, quando falo de autocontrole, tem a ver com nossa dificuldade (quase incapacidade) de postergar gratificações.

Você já deve ter lido sobre ou pelo menos ouvido falar do “teste do marshmallow”. Aquele experimento feito na década de 1970 na Universidade Stanford. Um psicólogo chamado Walter Mischel basicamente colocou crianças da turma da pré-escola em frente a guloseima e impunha a regra de que, se ela ficasse por um determinado tempo olhando para o doce sem comê-lo, ganharia outros mais. Porém, se não conseguisse se manter afastado do marshmallow, ficaria apenas com aquele que comeu. Bom, o teste teve suas variações ao longo do tempo e dezenas de crianças foram observadas até a idade adulta (blá-blá) e aqueles que conseguiram se conter se deram melhor na vida (blá-blá) e… tinham mais determinação no que faziam, foco em suas metas, objetivos bem definidos e assegurados em suas vidas.

Pois é aí que eu proponho o desafio de fazermos o caminho contrário! Já que temos dificuldades em postergar nossas satisfações (bebemos todas/usamos tudo), quem sabe escolhendo objetivos concretos, traçando metas (ou seja, fixando prazos) reais, apurando/trabalhando nosso foco, podemos alcançar maior nível de autocontrole. Uma habilidade ótima para se tornar, mesmo que inata, intrínseca, natural. Acredito que com um bom padrinho/madrinha servindo de base isso é bem possível.

Mas uma coisa muito interessante é que esse controle cognitivo, de acordo com estudos e pesquisas, é uma característica encontrada em pessoas que conseguem lidar melhor com suas emoções destrutivas. É como se fosse um bônus. Parece que o cérebro usa os mesmos mecanismos que processa as atitudes de autocontrole para que o sujeito tenha melhor ânimo, maior positividade, vontade de ser feliz. Legal, né?! Exercitamos nossa boa relação com escolhas imediatas e ainda recebemos uma forte motivação natural.

Acho que vale a pena tentar. É um bom exercício de recuperação (a meu ver, é claro). Só mais 24 horas… Só por hoje… e nosso bônus vai aumentando. Qualquer um de nós sabe o quão bom e valioso é mais um dia em recuperação. Vamos em frente! Vamos?!!


Escrito pelo editor de Alcoólico em Paz. A reprodução é livre desde que citada a fonte e indicado link para o texto original.

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Autoconsciência: saber como você se sente e por quê

10 segunda-feira out 2016

Posted by Alcoólico em paz in AA, Cotidiano, Espiritualidade, Experiências pessoais

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12 Passos, AA, Admitimos, Admitir, Alcoólicos, Alcoólicos Anônimos, Alcool, Alcoolismo, Alegria, Autoconsciência, Clareza, cognição, Cognitivo, Consciência, Controle, Decisão, Decisões, Dependência q, Doze Passos, Drogadição, Drogas, Emoções, Emocional, Equilíbrio, Espiritualidade, Estudo, Ferramenta espiritual, Infância, Intimo, Inventário, Inventário Pessoal, Liberdade, Liberdae, Motivação, Pensr, Percepção, Poder Superior, Reações, Realização, Reconhecimeto, Recuperação, Reparações, Responsabilidade, Sentimentos, Sonhos, Terapeuta, Terapia, Tristeza, Valores

Não sei das outras pessoas, mas nós alcoólicos (e acredito que também dependentes de outras drogas) carecemos de aulas de alfabetização emocional. Muitas delas. Adultos mais ou menos normais parecem ter noção dos seus sentimentos. Mais: parecem também saberem, com certa segurança e boa dose de equilíbrio, por que suas mentes ou seus corpos estão reagindo de tal maneira. Nós (ou, acredito, pelo menos a maioria) parecemos não termos essa percepção interna básica, geralmente aprendida na infância.

Bom, mas agora o estrago já está feito. Nosso negócio é consertar. Buscar soluções. Eu faço terapia, mas acredito mesmo é na espiritualidade (que possivelmente me faça pensar e estudar minha existência e meus sentimentos mais do que qualquer terapeuta). Espiritualidade essa que é a base da recuperação, de acordo com os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos (A.A.). E é com eles servindo de ferramenta que podemos realizar uma tarefa muito importante e séria em nossas vidas: nomear nossos sentimentos. Ter clareza (por menor que seja) de nossas emoções, do que ocorre em nosso íntimo, é fundamental para que consigamos tomar decisões sóbrias, lúcidas. Em outras palavras: parar de pensar besteira e de fazer bobagem! Porque fazer reparações é preciso, mas viver para isso é masoquismo. Por isso é que procuramos rogar por sanidade ao Poder Superior. Rogar pelo caminho vivo e lúcido da sanidade. E parece ser bem fácil perdermos o rumo quando não somos capazes de reconhecer e administrar minimamente nossas emoções.

Dar atenção a esse mundo interior, com seus defeitos e qualidades, alegrias e tristezas, ânimos e angústias, é que nos capacita a termos um pouco de controle de nós mesmos. Sim, porque o Poder Superior é quem deve estar no comando, mas quem tem de interpretar seus desígnios e agir somos nós. Esse foco interno, tão solicitado, por exemplo no Décimo Passo (“Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente”) nos faz reconhecer o terreno no qual edificamos diariamente nossas obras. Nos dá noção para tomarmos pequenas ou grandes decisões que influenciarão nossas vidas tanto em curto ou longo prazos.

Mas nem é sobre tomada de decisões o mote desta reflexão que faço. Penso puramente no olhar para dentro de nós mesmos. Acho que é assim que podemos entrar em sintonia com o que e mais importante para nós. Em consequência, temos um contato bem claro com os interesses que nos motivam. Ato contínuo, temos lucidez para fazer escolhas que abrandem nossos sofrimentos e acendam nossas alegrias (porque elas existem). E o mais interessante é que essa se torna uma motivação intrínseca, que vem de dentro. Isso aumenta a possibilidade de que, com o tempo, passemos a agir e pensar com o que poderia chamar de responsabilidade emocional, de viver em sintonia com o que é realmente importante para nós, de estabelecer práticas condizentes com nossas crenças e valores que nos aliviem e impulsionem ao mesmo tempo.

O olhar atento e constante para nossas emoções nos permite essas novas experiências (acho que prazerosas em sua maioria). Nomeando nossos sentimentos passamos a perceber o que queremos cultivar em nossas vidas e por quê. Essa competência para entrar em sintonia comigo mesmo e com o que importa para mim é o que estou tentando aprender. A vida passa e agora já consigo ver algumas coisas acontecendo. É como se eu começasse a imaginar/compreender/sentir que tenho um certo leme interno e que posso colocá-lo em direção aos meus valores. E tudo parece florescer quando o trabalho é bem feito.

Há poucos dias estou praticando essa consciência observadora e tentando ponderar meus pensamentos, principalmente nos momentos mais intolerantes, críticos, raivosos até. Tem dado certo. Dá para perceber que já controlo boa parte dos impulsos antes de agir. Esses momentos de pausa passaram a ser um bálsamo, um pouquinho de liberdade para escolher, para administrar as emoções e impulsos em vez de ser terrivelmente controlado por eles.


Escrito pelo editor de Alcoólico em Paz. A reprodução é livre desde que citada a fonte e indicado link para o texto original.

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