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Alcoólico em paz

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As cinco desculpas esfarrapadas para beber

27 sexta-feira fev 2015

Posted by Alcoólico em paz in Al-anon e Alateen, Ciência, Cotidiano, Notícias

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Abead, Abuso, Agressividade, Ajuda, Alcool, Ana Cecília Marques, Apoio, Arrogância, Atenção, Autossuficiência, Beber socialmente, Bebida, Codependência, Comportamento, Consumo, Dependência, Desavenças, Desculpas, Família, Imunidade, Mudança de humor, Organismo, Orgulho, Prejuízos, Psiquiatra, Reflexo, Relaxar, Relógio biológico, Síndrome de Abstinência, Sistema cardiovascular, Sistema respiratório, Sono, Tolerância, Tratamento, Uso, Vício

As consequências do álcool no organismo são inúmeras. Entre elas, há alteração no reflexo, atenção, sono, prejudica diversos órgãos e pode causar dependência. E, mesmo assim, muitos encontram desculpas um tanto esfarrapadas para justificar o consumo.

É o seu caso? Leia a seguir o porquê é melhor tirar o álcool da sua vida segundo informações da psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira para o Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead):

1. “É só um copinho pra relaxar”

Será? A intenção pode até ser, mas nem sempre é o que se consegue. Quando mais se bebe, mais se quer. Com o corpo adaptado ao álcool, mais será necessário para sentir os mesmos efeitos. “O indivíduo que tem uma carreira de usuário, ele vai adquirindo, no seu organismo, tolerância, o organismo vai precisando de mais doses, mais doses, para obter o efeito inicial”

2. “Eu paro a hora que eu quiser”

Esta é clássica. Se o organismo está acostumado com o álcool, pode não ser tão simples assim cortar o hábito de uma vez. É a chamada síndrome de abstinência. “É quando o indivíduo não consegue ficar sem o álcool, pois há um processo no seu organismo como um todo, que é muito grave e isso faz com que ele volte a consumir a substância”. Nesse momento, o apoio da família é fundamental na superação dos vícios.

3. “Pode sim. Não faz mal pra saúde”

Não faz mal?! Segundo a psiquiatra Ana Cecília, “altera o apetite, as condições do cérebro de regular todas as glândulas do organismo, porque nós temos a nossa glândula maior no cérebro, que comanda as diferentes glândulas no organismo”. Ovários e tiroide são algumas dessas.

E não é só isso. “Ele [o álcool] vai também desregular o sistema cardiovascular, o sistema respiratório, a nossa imunidade, o sistema renal, e por aí vai, bem na verdade o comprometimento é no organismo como um todo”. E continua: “Também altera o padrão de sono e vigília, o indivíduo tem muita alteração no horário de dormir, e o relógio biológico fica muito comprometido”.

4. “A bebida entra, a verdade sai”

Uma série de prejuízos na vida social, como desavenças com amigos e familiares. “O indivíduo, em função desse consumo, ele já tem prejuízo em diferentes áreas da vida dele, social, familiar, no trabalho, na sua própria relação do lazer”. Isso porque, entre outras alterações, a bebida alcoólica causa uma mudança de humor: “Esse tipo de alteração mental, digamos assim, do cérebro, altera o comportamento”.

“O indivíduo muda de humor, mostra esse humor alterado, ele pode se deprimir, pode ficar muito ansioso, pode ter uma oscilação, uma instabilidade do humor, pode estar impulsivo, agressivo”. Independente da reação que cada um apresente, uma coisa é certa: “com o álcool, ele vai manifestar diferentes problemas, e repercute no corpo como um todo”.

5. “Bebo socialmente, não interfere no meu trabalho”

O alcoolismo é o terceiro motivo para faltas e a causa mais frequente de acidentes no trabalho no Brasil. Além disso, atrapalha a produtividade: “É uma doença que se desenvolve no cérebro, e, portanto, altera todas as funções cerebrais: a atenção, a capacidade de se concentrar, e finalmente, nesse processo cognitivo, a memória”.

Bônus: “Ele bebe porque quer. É um problema moral”

Opa, calma aí! Antes de julgar alguém é importante perceber que o alcoolismo e outras dependências são causadas por uma série de fatores, e o apoio da família e dos amigos é essencial para a pessoa sair dessa o quanto antes. Para a psiquiatra, “só tem um jeito de a família ajudar: ela se tratar também!”.

“É uma doença que atinge a família: ela adoece também”. Mesmo que, por hora, a pessoa não aceite ou peça ajuda, buscar profissionais pode ajudar as pessoas mais próximas a saberem como agir: “Essa é a recomendação para a família: busque ajuda, mesmo que o paciente não queira se tratar, você busca primeiro ajuda, como família. Consiga sua estabilização, seu entendimento do processo, e aí vai ser muito mais fácil inclusive ajudar o dependente”.


Fonte: Portal Boa Vontade 

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Sete armadilhas da mente de um alcoólico

09 sexta-feira jan 2015

Posted by Alcoólico em paz in AA, Al-anon e Alateen, Cotidiano, Experiências pessoais, Narcóticos Anônimos

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12 Passos, 12º Passo, Alcoólatra, Alcoólico, Alcool, Alcoolismo, Arrogância, Confiança, Décimo Segundo Passo, Defeitos de caráter, Doze Passos, Drogas, Humildade, Inventário Moral, Literatura, Mente, Narcóticos, Orgulho, Poder Superior, Prepotência, Presunção

O ser humano não alcoólico não é um sujeito completamente racional. Isso não é novidade. Centenas de estudos comprovam isso. E quando usam suas mentes de forma lógica, geralmente cometem equívocos e as coisas não ocorrem bem como planejado. Não é por acaso que psicólogos e psiquiatras têm agendas lotadas. Mas fechando um pouco esse leque e focando na mente de um alcoólico (ou de um dependente químico de outra droga), logo se percebe algumas armadilhas que, mesmo conscientemente cometemos. É fatal. Refletir sobre elas pode ser importante para o nosso dia-a-dia em recuperação. Por isso separei sete dessas ardilezas com que deparamos cotidianamente.

1. Ter excesso de confiança: Humildade é uma das principais ferramentas espirituais para a recuperação. Qual alcoólico não é orgulhoso? A maioria incorpora ao orgulho a prepotência e a arrogância. Mas o difícil mesmo é percebermos quando estamos colocando o orgulho na frente das nossas ações. Quando conseguimos percebê-lo, muitas vezes nos assombramos como esse defeito de caráter é sutil, mas geralmente só é quase imperceptível para nós, os outros à nossa volta o notam muito claramente. O excesso de confiança é muitas vezes a desgraça de especialistas. Imagine para nós, alcoólicos, que nos julgamos especialistas em quase tudo.

2. Iludir-se com a fama: Inteligente todo o alcoólico é. O problema é que usa a essa virtude de forma errada. Mas convenhamos, a maioria de nós somos bons naquilo que fazemos, quase todos somos destaque em nossas profissões. E é aí que, paradoxalmente, colocamos tudo a perder. Novamente com o ego inflado, seguimos para o caminho da desgraça. Achamos que podemos tudo, que se treinarmos natação todos os dias, ficaremos com o corpo parecido com o dos nadadores profissionais, quando na verdade eles são profissionais por terem o corpo adequado ao esporte. E não hesitamos em pular em qualquer “piscina” que vemos pela frente.

3. Só enxergar os sucessos: Quando na ativa, logo depois de passar as ressacas física e moral, tendemos sistematicamente a esquecer dos erros e focar em qualquer coisa, por mínima que seja, que tenha dado certo (ao menos em nossa opinião). Em recuperação, mesmo em sobriedade por algum tempo, tendemos confundir imprudência com otimismo. Esquecemos que o importante é fazer as coisas bem feitas, mas em seu devido tempo. Tendemos a não lembrar da máxima “vá, mas vá com calma”.

4. Esquecer da reciprocidade: A maioria de nós só está em recuperação porque recebeu ajuda. Alguém nos ajudou. Um Poder Superior a nós mesmos nos ajuda a todo o momento mesmo quando não temos humildade, aceitação e mente aberta para isso. Tendo alcançado a sobriedade, é fundamental para a sua manutenção “repassar a mensagem para o alcoólico que ainda sofre”. É o que pede o 12º Passo de Alcoólicos Anônimos. Fortalecemos nossa recuperação servindo, sendo “responsáveis quando alguém estende a mão pedindo ajuda”.

5. Fazer as coisas do nosso jeito: É certo que especialistas também erram, que o governo não está sempre certo, que as leis por vezes não se ajustam a determinadas situações, que as pessoas têm defeitos. Mas isso não nos dá o direito de sair por aí agindo da forma que bem entendemos. Sim, temos um caráter contestador. Duvidamos da eficácia de tudo, mesmo do programa de 12 Passos de A.A. que utilizamos para diariamente salvar nossas vidas. Muitos de nós olham para a placa que diz “evite o primeiro gole de 24 em 24 horas” e entendem que estão sóbrios porque querem, unicamente por seu “poder” pessoal de conseguir evitar o primeiro trago.

6. Não largar uma ideia ruim: Muitos não largam projetos fadados ao fracasso só porque acreditam que já gastaram tempo demais pensando neles e que um dia darão certo. Nós temos a tendência da birra. Em algumas questões somos teimosos e não damos o braço a torcer. Relutamos em fazer um destemido e completo inventário moral de nossas vidas, reconhecer nossos defeitos de caráter e livrarmo-nos de nossas imperfeições. Preferirmos manter reservas, sonhos escondidos ou mesmo comportamentos que sabemos que podem nos levar de volta ao fundo do poço.

7. Achar que está bem informado: E ainda há os que acreditam que conhecem todas as instruções para manter a sobriedade. Conhecem os 12 Passos de A.A., praticaram todos eles pelo menos uma vez na vida, leram toda a literatura sugerida, até palestram sobre alcoolismo quando solicitados. Milhares de economistas do mundo todo com pilhas de relatórios, levantamentos e estudos não conseguiram prever a crise econômica que assolou os EUA e a Europa em 2008. Ter informação não é tudo. Analisar o mundo a sua volta, ponderar sobre seus sentimentos e agir com cautela é mais razoável para uma recuperação segura e serena.

Este artigo pode ser livremente reproduzido desde que citada a fonte e o link.

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Levando a mensagem – a experiência do Grupo Garibaldi

10 quarta-feira dez 2014

Posted by Alcoólico em paz in AA, Al-anon e Alateen, Cotidiano, Experiências pessoais

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12º Passo, 4ª Tradição, 5ª Tradição, Al-Anon, Alateen, Alcoólicos, Alcoólicos Anônimos, Alcoolismo, Bill W., Familiares, Garibaldi, Humildade, Irmandade, Levar a mensagem, Orgulho, Programa de rádio, Rádio

Acabo de sair de uma excelente reunião de Alcoólicos Anônimos em Garibaldi, RS. Fui com a intenção de me despedir, mesmo sendo com um até breve, pois estou mudando de residência amanhã para Canoas, RS. Antes mesmo de iniciar a reunião, surpreendi-me com a quantidade de companheiros que vinham me cumprimentar pelo depoimento. Mas como, se ainda não havia começado a sessão? Ocorre que uma fala minha em uma reunião passada foi gravada e reproduzida em programa específico do A.A. na rádio local hoje pela manhã.

Quando comentei esse costume do grupo garibaldense para companheiros de um grupo de Porto Alegre, houve um certo estranhamento. Mas lembrei-os da Quarta e da Quinta Tradições. A primeira diz que “Cada grupo deve ser autônomo, salvo assuntos que digam respeito a outros grupos de A.A. em seu conjunto”, e a outra que “Cada grupo é animado de um propósito primordial – o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre”. Em Garibaldi, o grupo decidiu assim e tem dado muito certo. Claro que os depoimentos são editados para preservar o anonimato e o membro deve autorizar sua veiculação. Mas acho que a experiência garibaldense é fantástica e resolve os problemas de muitos outros grupos que não conseguem fazer com que membros vão até os estúdios gravar seus depoimentos.

Fato é que na reunião aberta desta quarta-feira, com aproximadamente 50 pessoas (número considerável para uma cidade de cerca de 35 mil habitantes) entre alcoólicos e familiares Al-anons e Alateens, muito se falou no 12º Passo (“Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar esses princípios em todas as nossas atividades”). Falou-se do programa de rádio, um profissional da área da segurança pública relatou a importante prática que aplica diretamente no seu trabalho que envolve lidar com eventos trágicos envolvendo pessoas alcoolizadas, indicando A.A. quando julga conveniente, etc. E, humildemente, eu decidi divulgar esse blog publicamente, o que só o fazia em conversas mais íntimas com alguns companheiros.

Não adianta fugir. Nossa recuperação pede movimento e, se posso ajudar outros além de mim com essas linhas diárias que me esforço em escrever, acredito que devo continuar a fazê-lo e divulgar quando necessário. Hoje, depois de conversar com os companheiros, percebi que estava interpretando mal os conceitos de humildade e orgulho. Hoje ouvi que não é deixar de ser humilde ou ser orgulhoso o fato de eu divulgar este blog em uma reunião de A.A. Aí lembrei um texto do próprio Bill W., co-fundador da irmandade. Ele escreveu em um artigo de julho de 1955:

“Nosso 12º Passo – levar a mensagem – é o serviço básico que prestamos à comunidade de A.A.; é o nosso principal objetivo e a razão primordial de nossa existência. Portanto, o A.A. é mais que um conjunto de princípios, é uma irmandade de alcoólicos em ação. Temos que levar a mensagem, pois, se não fizermos, morreremos e àqueles a quem não se revelar esta mensagem, também morrerão.” (Em “A Linguagem do Coração”, pág. 188).

Por fim, agradeço com prazer ter conhecido e participado, mesmo que por pouco tempo, do Grupo de A.A. Garibaldi. Muito aprendi com vocês. A presença dos familiares em quase todas as reuniões (poucas são fechadas) é uma experiência maravilhosa. Que o Poder Superior continue nos abençoando sempre, de 24 em 24 horas. Muita paz, serenidade e Luz para todos.

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Mulher de alcoólico tem cadeira no céu

24 segunda-feira nov 2014

Posted by Alcoólico em paz in AA, Experiências pessoais, Narcóticos Anônimos

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12 Passos, Aceitação, Alanon, Alcoolismo, Amor, Codependência, Defeitos de caráter, Família, Humildade, Mente Aberta, Orgulho, Programa, Recuperação

Invariavelmente, em uma reunião de Alcoólicos Anônimos alguém cita ou relata agruras pelas quais fez suas famílias, principalmente suas esposas, passarem. Já ouvi o chicote da culpa maltratando até companheiros de 20, 25 anos de sobriedade. Não é para ser assim, sabemos. Quem se dedica ao programa de 12 Passos (mais especificamente do 4° ao 9°) praticamente se livra das chibatadas, embora permaneçam as cicatrizes.

Não falamos em religião em A.A., mas preciso citar o padre Fábio de Melo: “O amor sobrevive de futuro. Ele consegue enxergar o que a gente ainda não viu. A pessoa que ama consegue enxergar o que o outro ainda não é. Vê o avesso. Vê o contrário da situação”. E é bem assim. Em reuniões abertas em que temos o prazer de receber e ouvir depoimentos de Alanons (familiares de alcoólicos), sempre percebemos isso. Vemos mulheres que viam, e geralmente só elas conseguiam ver, a alma daquele doente alcoólico. Sabem que só fazíamos o que fazíamos em função de nossa doença. Desrespeitávamos a quem mais tínhamos respeito, fazíamos chorar aqueles que mais queríamos ver sorrir… e até chegávamos a odiar aqueles a quem mais amamos.

O alcoolismo é mesmo a doença da família. Lentamente destrói qualquer harmonia. Atinge a todos, até o cachorro. As plantas morrem. Com o tempo, o horror se instala. E nós, alcoólicos em recuperação, custamos para compreender como é que aquelas fortes mulheres conseguiram suportar os anos de loucura a que as submetemos. Demoramos para entender como nossos filhos e netos conseguiram nos perdoar, em muitos casos nos tratando como heróis.

Heróis são eles, nossos familiares, que mesmo nos primeiros anos de sobriedade ainda seguem sofrendo. Eles precisam tratar da própria doença, a codependência, e ainda continuar aguentando nossas angústias desses primeiros tempos de abstinência. Esse tempo em que engatinhamos nos 12 Passos e buscamos identificar e domar nossos defeitos de caráter. E alguns de nós ainda seguem prepotentes, fazendo as coisas do seu modo. São muitos os que dizem com certo orgulho bradando em reuniões: “Fiz só o Primeiro Passo e estou conseguindo superar a doença. Só sigo com o propósito de não tomar o primeiro trago de 24 em 24 horas e isso me basta”.

Mas o A.A. tem um programa completo e acredito que deva ser cumprido integralmente para termos uma sobriedade plena, duradoura e feliz. Não por nós, mas também em respeito aos nossos familiares, que tanto desejam nos ver como homens melhores a cada dia. Eles sabem que lá dentro de nós há pessoas boas que devem aflorar. Essas mulheres fortes seguem sofrendo mesmo um pouquinho, como a ouvir uma torneira pingando em uma noite silenciosa. Mas mesmo as que conseguiram se recuperar, por tudo o que passaram, como diz um companheiro de A.A., essas mulheres têm uma cadeira reservada no céu.

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Disciplina é a base da recuperação

20 quinta-feira nov 2014

Posted by Alcoólico em paz in AA, Experiências pessoais, Narcóticos Anônimos

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Alcoolismo, Disciplina, Ego, Hobby, Orgulho, Prazer, Recuperação, Reunião, Rotina, saú

“Disciplina é a base da recuperação”, não cansa de dizer meu velho consultor da clínica onde estive internado por três temporadas de 28 dias e para a qual retorno pelo menos uma vez por mês como visitante. Parece que quando tudo se encaixa, quando as informações que temos sobre alcoolismo se tornam claras e nosso desejo primordial de parar de beber se instala, essas verdades começam a fazer um imenso sentido. Quando realmente entrei em sobriedade uma das primeiras coisas que percebi é que eu estava colocando em prática essas máximas que tanto ouvi, seja no centro de recuperação, seja em reuniões de Alcoólicos Anônimos. E talvez a principal delas seja justamente essa: a de que a disciplina é a base da recuperação.

Sejamos sinceros, todo o alcoólico quer fazer as coisas do seu jeito. E o seu jeito involuntariamente é avesso ao trivial, ao sensato, ao comum e praticado pela sociedade. Seja por ego inflado, orgulho, prepotência ou qualquer outro defeito de caráter do tipo, todo o alcoólico é avesso a regras. Alguns podem até cumpri-las durante toda a vida e até ser taxados como pessoas servis ao extremo. Mas quando o álcool está agindo em suas cabeças, o servilismo acaba. Dentro daquele mundo imaginário podemos tudo, sabemos tudo e somos tudo aquilo que queremos ser. Porém, quando decidimos ter uma vida de abstinência tudo nos oprime e chegamos a ter certeza de que a paz nunca chegará, de que a alegria verdadeira nem mesmo existe. E esse é um engano que leva à recaída.

A vida em recuperação se torna bem mais prazerosa quando incluímos a disciplina no nosso dia a dia. É simples: precisamos fazer o que precisa ser feito. Sempre, todos os dias e na hora que as coisas necessitam ser feitas. Tudo, desde as coisas mais simples como dormir e acordar na hora certa, fazer higiene pessoal, manter a cama e as roupas organizadas… até as mais complexas, como desenvolver o programa de 12 Passos e manter um relacionamento íntimo com o Poder Superior.

Criar uma rotina e se programar sempre ajuda. Ter uma agenda bem organizada, programar sempre quando será sua próxima reunião de Alcoólicos Anônimos e se dedicar a cuidar da saúde é fundamental. É importante manter sempre em mente quais são suas prioridades (família, saúde, bem-estar pessoal, lazer, etc.) e, a partir delas, determinar as tarefas do seu dia a dia. Apenas o que não podemos fazer é ignorar tarefas e deixar espaço para o ócio.

Pense bem. Há tanto o que fazer. Além do seu trabalho, pode escolher dedicar um tempo específico para estar com a família, escolher um hobby semanal, adotar uma hora diária de exercícios, outra hora para a literatura. Você pode se dedicar a uma causa ou grupo. Pode fazer trabalho voluntário, servir a um grupo de A.A., visitar uma clínica, consertar ou organizar algo em casa… Tudo é questão de se organizar, manter uma agenda bem clara e incorporar a disciplina no seu cotidiano. Tenho certeza de que a recuperação é bem mais leve e tranquila dessa forma. O digo por experiência própria.

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