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Estranhos no ninho: conectando-se com o mundo

05 quinta-feira jan 2017

Posted by Alcoólico em paz in AA, Al-anon e Alateen, Cotidiano, Experiências pessoais, Recuperação

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10 Passo, 10º Passo, 12 Passos, 8 Passo, 8º Passo, 9 Passo, 9º Passo, Ações, Abstinência, Adicto, Alcoólico, Atitude, Atos, Autoconhecimento, Autogestão, Cabeça, Conceitos, Consciência, Consequencias, Décimo Passo, Delay, Descoberta, Doença, empatia, Família, Habilidade, injustiça, Lúcido, Lucidez, Morte, Multiconexões, Mundo, Narcótico, Nono Passo, Oitavo Passo, Opinião, Palavras, Pensar, queda, Reconhecer, Reconhecimento, Recuperação, Regras, Reparação, Reparações, Sabedoria, Sensato, Sensibilidade, Serenidade, Simpatia, Sistêmico, Sistema, Sobriedade, Sobrio, Social, Sociedade, Teia, Tranquilidade, Vida

Mesmo em recuperação há alguns anos, muitos de nós alcoólicos e adictos ainda nos sentimos como na fase ativa de nossa doença em alguns aspectos, principalmente o social. Não diríamos que somos como estranhos no ninho, mas é como se sentem os companheiros de enfermidade que, por um motivo ou outro, não conseguem trabalhar a si próprios para enfrentar com certa tranquilidade o mundo real. De fato, ao conhecermos os primeiros momentos de sobriedade após algum tempo de abstinência, deparamos com um sistema social completamente diferente daquele que vivíamos em nossos tempos ébrios.

E o mais chato disso tudo é que qualquer criança parece entender os conceitos e regras, o que é sensato, as consequências de certos atos ou palavras… enquanto chacoalhamos a cabeça como se a certificarmo-nos que estamos realmente lúcidos. Parece exagero, mas se levarmos em consideração a quantidade de mancadas que damos em nossos primeiros tempos sóbrios, fica parecendo que não temos habilidades humanas básicas. Sabemos do potencial que temos para adquiri-las ou recuperá-las. E rogamos por sabedoria para tanto.

Perceber que estamos conectados a um sistema complexo, cheio de pontos de ligação, uma verdadeira teia com multiconexões, já assusta um pouco. Ficamos ainda mais surpresos ao saber que somos solicitados a participar. Agora nossa opinião importa. Nossa ação é solicitada (afinal, ninguém quer um peso extra na teia que não ajude a construí-la constantemente). Mas o quê e como fazer? Nos sentimos como um garotinho aprendendo a andar de bicicleta. Para conseguir se equilibrar nessa nova forma de locomoção, ele descobre que precisa pedalar mais rápido e virar o guidão na direção a qual a bicicleta está caindo. Exatamente o contrário do que sabia desde que aprendeu a caminhar, diminuindo a velocidade e se inclinando no sentido contrário ao da queda. Sim. Por algum tempo, tudo é tão diferente. Até que passamos a desenvolver a nova habilidade, o que alguns estudiosos chamam de inteligência sistêmica. Ela é que nos permite trabalhar o autoconhecimento, a autogestão, o reconhecimento dos sentimentos e necessidades dos outros e a busca de serenidade nas tomadas de decisão. Pois são essas tomadas de decisão, os caminhos a escolher, as palavras a usar que costumam atormentar um alcoólico/adicto consciente de sua recuperação.

É comum que não entendamos alguns delays da vida. Por exemplo, alguém pode ser franco demais conosco, ou nos ignorar quando achamos que deveríamos ser considerados, ou até mesmo ser rude. Em um primeiro momento, não entendemos tais atitudes. Ocorre que geralmente não nos voltamos ao passado com empatia a fim de compreender tais atitudes. Muitas das vezes, em épocas anteriores, tínhamos agido de forma pior com essas pessoas. Pode ser que nem lembremos, mas é bem mais possível que não tenhamos capacidade de olhar para nossas atitudes do passado com os olhos e os sentimentos do outro. Se assim o fizermos, creio que muitas das “injustiças” que sofremos agora têm explicações bem plausíveis.

Pois bem, e como agir ao descobrirmos isso? Sorte nossa que temos disponível um programa de 12 passos. Descobrimos por meio dele que no oitavo podemos trabalhar essas descobertas relacionando as pessoas a quem tínhamos prejudicado e, mais importante, nos dispor a fazer alguma forma de reparação. E isso começa justamente com nossa preocupação empática com tais pessoas. Mais além, o Nono Passo nos convida a fazermos essas reparações. Começamos a viver mais leves.

Avançando um pouco mais, o Décimo Passo pede que continuemos a pensar sobre nossos atos e a admitir prontamente no caso de estarmos errados. Então, além de reconhecer os delays e entender as relações de causa e efeito, com o tempo adquirimos a habilidade de descobrir antecipadamente onde surgem consequências involuntárias. Ou seja, passamos a agir com mais sensibilidade prospectando os efeitos de nossas atitudes e palavras nos outros. Nos tornamos mais sensatos, mais mansos, mais criativos até. Isso faz parte da serenidade.

Podemos continuar na tentativa de “demarcar território”, de defender nossa opinião até a morte e até utilizá-la para machucar quem não concorda conosco. Ou podemos fazer aflorar em nós a compreensão da consciência coletiva, na qual se sabe que o mundo, a sociedade, a nossa família e até nós mesmos não somos exatamente o que pensamos, mas o resultado de milhares de outras opiniões. A nossa é apenas uma, mas a mais importante. Não por ser a melhor (isso não estão em questão), mas por ser a que melhor e mais facilmente podemos modificar. Quando compreendemos isso, passamos a enfrentar questões desafiadoras com mais humildade e sabedoria. Nossa recuperação depende disso.


Escrito pelo editor de Alcoólico em Paz. A reprodução é livre desde que citada a fonte e indicado link para o texto original.

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Sintonizando com outras pessoas: um passo para uma base segura na recuperação

28 quarta-feira dez 2016

Posted by Alcoólico em paz in AA, Cotidiano, Experiências pessoais, Recuperação

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12º Passo, AA, Adicção, Adicto, Alcoólico, Alcoólicos Anônimos, Alcoolismo, Atitude, Autodomínio, Caráter, célula, Cérebro, Cérebro Social, Compaixão, Compreensão, Confiança, Convivência, Cooperação, Crença, Crescimento, Desejo, Despertar, Doença, Educação, Emoção, Emoções, Emocional, empatia, Espiritual, Generosidade, Habilidade, Habilidade social, Lúcidos, Lucidez, Melancolia, Mente, NA, Narcóticos Anônimos, Neurônios-espelho, Neurociência, Neurociência Social, Objetivo, Objetivos, Passos, Percepção, Persistência, Perturbação, Perturbações, Recuperação, Resiliência, Revés, Segurança, sentimento, Sinceridade, Sintonia, Social, Sociedade, Vivência

Acredito ser necessário nós alcoólicos e adictos em recuperação refletirmos sobre dois aspectos da nossa reeducação pessoal: a aprendizagem social e emocional e a vivência com outras pessoas (não necessariamente outros alcoólicos/adictos). Olhando bem para nossas vidas na fase ativa de nossa doença percebemos que a ausência total de autodomínio nos empurrava a atitudes desprovidas de qualquer resiliência. E quase sempre isso resultava na falta de objetivos concretos ou sinceros e de persistência para qualquer outra atitude próspera. Estivemos cansados, entregues, melancólicos. Reclamávamos de todos os reveses. Éramos as pessoas mais injustiçadas desse mundo (e acaso do outro). Era o reinado absoluto da autopiedade.

Entendo que, se acaso resolvermos reverter o giro dessa roda destrutiva de modo a adquirirmos um mínimo de condições de convivência social (e até conosco mesmos), devemos focar no trabalho de uma habilidade chamada empatia. Ou seja, procurar saber o que os outros sentem e pensam, tentar compreender seus pontos de vista, suas crenças e seus desejos. Apenas essa compreensão sincera pode ser capaz de nos tornar pessoas sensatas ou então, diria, menos intragáveis. Nem penso em solicitar aqui atitudes de cooperação ou trabalho em equipe. Ajudaria bastante se ao menos nos tornássemos pessoas mais mansas e compreensivas. E engana-se quem acha que tal ajuda é para os outros. Tal estado de espírito e consciência ajuda, essencialmente, a nós mesmos.

Há algum tempo, existem pesquisas sobre um aspecto da psicologia e psiquiatria chamado de neurociência social. Envolvido nisso, há um estudo sobre “neurônios-espelho”, espécie de células cerebrais que são estimuladas com base no que percebemos em outras pessoas. É como se tivéssemos um “cérebro social” (no nosso caso bem involuído) que, se devidamente (re)ativado, nos permite compreender mais claramente as situações nas quais estamos envolvidos, as pessoas com as quais estamos interagindo e nos deixar mais tranquilos para tomadas de decisões. Afinal, se formos bem sinceros, sabemos que mais da metade (ou muito mais do que isso) dos problemas que nos envolvemos poderiam ter sido evitados caso tivéssemos habilidade social para escolher palavras, gestos ou atitudes. Livres de perturbações, passaremos mais tempo determinando objetivos lúcidos, aumentando nossa autoestima e melhorando cada vez mais nossa capacidade empática. E então teremos a inversão no sentido da roda: paramos de patinar ou andar para trás.

E assim passamos a um rumo mais fluido em nossa recuperação, pois passamos a cultivar a compaixão. Sim, começamos a ir além a compreensão dos sentimentos dos outros. Passamos a demonstrar preocupação e estarmos prontos para ajudar, conforme nos solicita o 12º Passo de Alcoólicos Anônimos. Tendo experimentado o despertar, passamos voluntaria e legitimamente a ajudar aqueles que ainda sofrem (ou sofrem mais do que nós). E falar nisso nos tempos atuais, quando temos quase sempre dezenas de questões que parecem sempre mais importantes ou mais urgentes para resolver, quando recebemos centenas de informações, e-mails, mensagens, telefonemas… ou mesmo quando achamos que precisamos de mais tempo para cuidar da nossa própria recuperação, pode quase parecer um desatino. Mas não podemos esquecer que nossa recuperação também depende disso. Dessa entrega ao outro. E de uma coisa estou certo: compaixão é um sentimento que pode ser aprendido. Ele começa com o desejo sincero de desenvolver a empatia. Mais do que isso, passa também pelo sentimento da necessidade de agir, a despeito da virtuosidade ética.

Resumindo, acredito que a empatia pode ser dividida em três níveis. O primeiro é mais relativo à percepção, ou seja, compreendemos como as outras pessoas veem o mundo e por que se posicionam de tais formas diante das situações. O segundo é mais emocional. Conseguimos perceber quase que instantaneamente como os outros se sentem, como se também pudéssemos sentir suas emoções. Já o terceiro nível, acredito que mais difícil para pessoas “normais” e mais fácil para alcoólicos e adictos, é o que podemos chamar de preocupação empática. Se dá quando estamos sintonizados com o outro e prontos para ajudar.

Tudo muito lindo. Mas uma coisa é dizer, outra é fazer. Deixar de lado nossos principais defeitos de caráter, o orgulho e o egoísmo, é tarefa para a vida. Para nós, conviver com outras pessoas com zelo caridoso e genuíno é quase um deboche. Mas acredito ser esse o caminho para construirmos uma base segura para a nossa recuperação. Precisamos urgentemente saber conviver com os outros, cada vez melhor. É imperioso que tenhamos atitudes sensatas e generosas. Com essa base segura podemos ter a mente funcionando em um nível agradável e firme, sem oscilações; conseguimos assumir riscos inteligentes e crescer na vida. Nossa criatividade passa a ser utilizada para o nosso bem e o de outras pessoas. Voltamos a sentir entusiasmo com nossos projetos e a confiar e receber confiança daqueles com os quais convivemos. Isso tudo, creio, é mais que um passo. É uma caminhada bem mais serena em nossas vidas em recuperação.


Escrito pelo editor de Alcoólico em Paz. A reprodução é livre desde que citada a fonte e indicado link para o texto original.

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Dez ideias insanas para acreditar que ainda podemos beber

24 segunda-feira ago 2015

Posted by Alcoólico em paz in AA, Cotidiano, Experiências pessoais, Narcóticos Anônimos

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Admissão, Alcoólico, Alcoolismo, Autoajuda, Beber, Beer, Comparação, Evento, Ideia, Indana, livro, Parar, Primeiro Passo, Recuperação, Serenidade, Sobriedade, Social, Socialmente, Terceiro Passo, Yoga

A admissão é talvez a tarefa mais terrível para um alcoólico, mesmo para aquele que está em recuperação. Não é a toa que é a tônica do Primeiro Passo de A.A. Também não deve ser por acaso que é recomendado pela maioria de seus membros que ele seja refeito diariamente, de preferência logo ao abrir os olhos para um novo amanhecer. Nesses muitos anos de alcoolismo ativo, sobriedade, recaídas e “voltas por cima” conheci muita gente com a mesma doença. Em recuperação ou na ativa, quase todos – perdoem o trocadilho – admitem que a admissão é uma árdua e constante missão.

É interessante estar aqui, olhando para o cursor piscando na tela aguardando eu digitar, e pensando: por que estou novamente precisando escrever sobre o primeiro passo? Sou alcoólico, ponto. Minha vida não pode ser governada por mim, mas por um Poder Superior, ponto. E aí? O que falta admitir? Aí lembro dos depoimentos e conversas informais com companheiros e percebo que nossa mente doentia está sempre nos armando ciladas. Ouso afirmar que mesmo depois de dar o Terceiro Passo (“Decidimos entregar nossa vida e nossa vontade nas mãos de um Poder Superior…”), mas isso é tema para outro post…

Pois bem. Resolvi recordar conselhos, conversas, li alguns textos e separei 10 dos pensamentos mais estúpidos que podem envolver uma recaída ou uma não-admissão. Estúpidos, sim, mas reais. E para nós alcoólicos essas miragens parecem ser muito concretas dependendo da ocasião ou de nosso estado de espírito. Muito disso já escrevi no post Doze sintomas que antecedem a recaída, mas aqui decidi escrever sobre as situações de forma “mastigadas”.

Desculpem o texto cheio de reticências, mas vamos lá:

1. Só tomarei duas cervejas

Firmes no propósito de não recair no defeito de caráter da mentira, podemos ir, de peito estufado e tomar só duas cervejas. A questão é que… logo depois… “tá bom, duas cervejas de manhã, à tarde posso tomar mais duas!”. Hehehe. Ou então: “tá bom, agora vou tomar só uma dose de uísque para encerrar!”. E por aí vai… Já perdemos o controle, já perdemos a serenidade, já perdemos a autoestima, já perdemos nosso tempo (por menor que seja) de abstinência, já perdemos.

2. Não vou a um bar, vou ficar em casa

Em primeiro lugar, ficar em casa, mesmo sob vigilância de alguém, nunca garantirá que um alcoólico não vá conseguir beber. Bebemos álcool de cozinha, se preciso for (e isso é muito mais comum do que imaginamos. Tu não és minoria se já fizeste). E se o propósito é ficar em casa, é certo que, mesmo de forma inconsciente, mantemos alguma reserva guardada.

Mas mesmo que tenhas um firme propósito… não dará certo. Tu lês um livro por uns 10 minutos, assistes à tevê por mais 20 e diz “vou dar uma caminhada, exercício faz bem, oxigena o cérebro”. E no trajeto dessa caminhada sempre haverá uma loja de conveniências bem conveniente…

3. Vou comer bastante e não ficarei bêbado

Aí a gente come muito e depois… bebe muito. Então, além de bêbados, estamos estufados. Caso não vomitemos, vamos acordar lá pelas duas da madrugada obrigados pelo nosso organismo a fazê-lo. A boa notícia é que sempre dá para beber um pouco mais antes de voltar para cama. Argh… é horrível, mas é assim mesmo.

4. Beberei socialmente com outras pessoas para me divertir

Bonito, mas trágico. Em poucos dias (ou mesmo no primeiro), tu vais beber um pouco antes para “fazer uma base” e beber moderadamente com os amigos… o que nunca acontece, pois sempre acabará bebendo mais do que todos. E com o agravante de que está se achando normal, ou melhor: bebedor social. Logo, logo, a noção de beber socialmente se tornará beber quando está acordado.

5. Eu parei por um mês certa vez… posso parar quando quiser

Essa nem mesmo os alcoólicos mais “experientes” acreditam… em um primeiro momento. Mas… Talvez consigas ser bem-sucedido por alguns dias ou até meses. O problema é que quando a vela se acende novamente, o pavio continua do mesmo lugar onde parou. E aí a desgraça volta de onde parou.

6. Se algo der errado, vou parar

A gente sempre começa bem. Tudo tem um primeiro momento. Mas é inevitável. Algo vai dar errado. Sempre. Acredita. Sempre. Se não for hoje, será amanhã, quando você acordar, seu alcoólico (para não ofender).

7. Eu não bebo tanto quanto ele

Com quem tu estás te comparando? Nem vou comentar essa.

8. Vou parar depois de um evento onde não vou conseguir permanecer sóbrio

Geralmente é uma ótima ideia para bebermos o máximo que pudermos até tal evento. E continuarmos a beber depois dele. Sempre acharemos uma desculpa para alongarmos nossa experiência para um próximo evento.

9. Talvez yoga e meditação vai me ajudar

Tu vais a uma aula de yoga e concorda com tudo. Acordas algumas manhãs e fecha os olhos. Concentra-te em sua respiração e pensa: humm, é difícil ficar parado porque a minha mente está correndo, mas esta é minha essência”. Então, corre para o próximo bar e… já era!

10. Eu vou ler este livro de autoajuda

Tu certamente leste esse livro antes a um bar. Ou vais ler no bar.

É. Não tem jeito. A mente alcoólica é assim mesmo. Admita. Ou tente.

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As principais fases evolutivas do alcoolismo

16 terça-feira dez 2014

Posted by Alcoólico em paz in AA, Ciência

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Adaptação, Alcool, Alcoolismo, alucinações, Angústia, Ansiedade, Apagamento, Cirrose, Coma alcoólico, Delírios, Delirium Tremens, Hemmorragia, Neurite, Pancreatite, Psicose, Social, Tolerância

Assim como não há regras para o comportamento típico de um doente alcoolista, também não há como definir com exatidão fases evolutivas da doença. Ainda assim, algumas podem ser destacadas. É o que propõe esse curto post no site do médico Dráusio Varella. Na internet, principalmente com temas pesados, como o alcoolismo, temos de ter textos curtos e bem informativos. Assim fizemos neste blog e assim reproduzimos o texto de Varella. Boa leitura.

Adaptação

Ocorre logo após o primeiro contato com a droga. Nessa fase, o álcool serve de muleta, pois facilita o contato social. O indivíduo sente-se bem quando ingere álcool. É o caso do adolescente que vai, pela primeira vez, a um barzinho ou a um baile, toma um chope ou uma caipirinha, fica mais solto, mais alegre, ou da menina que vê diminuídos os sintomas da TPM e a inibição. Para eles, o álcool alivia a ansiedade, a angústia diante das dificuldades naturais da vida.

Tolerância

Período em que a maioria desenvolve um mecanismo de tolerância ao álcool e há uma adaptação do sistema nervoso central (SNC) a maiores quantidades da droga. Quem não conhece o jovem vencedor, brilhante no trabalho e nos estudos, feliz no amor, que vai a festas, bebe mais do que os outros, não se embriaga e ainda leva os o amigos bêbados para casa. No dia seguinte, é comum encontrá-lo gabando-se de que bebida alguma o derruba.

Infelizmente, nessa fase, começam a surgir os apagamentos. Apagamento é diferente de coma alcoólico. No apagamento, a pessoa age sem registrar o que faz. Vai ao banco, paga contas, guarda o carro na garagem, atropela um pedestre, comete um homicídio e não se lembra de nada, mesmo que haja vítima, arma e testemunha diante de seus olhos.

No final da segunda fase, a pressão social se intensifica e provoca as “paradas forçadas”, que podem durar meses e até anos, mas a doença continua em franco desenvolvimento e, surgindo uma oportunidade, ele volta a beber.

Síndrome de Abstinência

Neste estágio da doença, a dependência física está instalada e o álcool, paradoxalmente, passa a ser o remédio que minora o sofrimento nas crises de abstinência, que são dolorosas. A deterioração física, mental e social é evidente.

Basta observar a figura ictérica, inchada, sem controle dos esfíncteres, perambulando pelas ruas ou vítima de tremores, delírios e alucinações, capaz de beber desodorante, álcool etílico, combustível, perfume e até urina porque sabe que através dela parte do álcool ingerido será eliminada.

Sérias complicações de saúde – cirroses, neurites, psicoses, pancreatites, hemorragias de esôfago e estômago, tumores malignos – marcam a 3ª fase.

Fonte: drauziovarella.com.br

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